domingo, 10 de agosto de 2014

A história inquietante de As Treze Relíquias

Dois autores em um livro 



O que esperar?

Espere por treze relíquias. Um poder destruidor. E um assassino disposto a tudo para se apossar dele.

Há mais de sete décadas, treze crianças foram designadas para cuidar de artefatos antigos, embuídos com um poder primitivo e real. As relíquias, como foram chamadas, deveriam ser mantidas por seus guardiões em total segurança e afastadas uma das outras. Entretanto, agora um homem sinistro e sua amante estão atrás delas roubando cada peça e eliminando seus protetores, deixando um rastro de crimes violentos. Aparentemente por acaso, a jovem Sarah Miller se envolverá nessa trama perigosa e terá que correr contra o tempo para lucidar os enigmas que rondam sua nova vida. Serão os guardiões seres de outro mundo? Qual será o segredo das relíquias para este jogo mortal?
Uma história inquietante, povoada de lendas que até hoje rondam nosso imaginário, As Treze Relíquias mostra que há forças que nunca devem ser despertadas.
Michael Scott, Colette Freedman - 416 páginas - Planeta do Brasil 

As Treze Relíquias é um livro um tanto fora do comum, justamente por ter dois nomes por detrás de sua incrível história.

Sua narrativa se assemelha ao perfil de um seriado qualquer (em especial aqueles cheios de mistério), com capítulos que consegue ter uma grande carga dramática em um curto espaço de tempo. Sua característica de narrador-observador traz mais emoção para que o lê, pois mostra o enredo pelas diversas perspectivas de seus personagens -vi certa semelhança com o tipo de narração utilizada por Dan Brown para seus livros.

Sentia o cheiro permanentemente impregnado em sua roupa, embebido em sua pele, uma mistura nojenta de gãs e excremento, o odor metálico de sangue e outro cheiro indefinível: o fedor do medo." p.177

A parceria entre Michael Scott e Colette Freedman faz-se notar durante as 409 páginas que compõem a obra, mostrando que o trabalho de ambos estão em perfeita sincronia. Ele, autoridade em mitologia e folclore soube enriquecer a história com fatos e lendas à cerda das Treze Relíquias, e outras que fazem parte do nosso imaginário, que além de trazer fatos reais das relíquias que aliás, existem trouxe, também um certo miticismo para a obra, afim de enriquecê-la mais.

[...] a flutuação acima do próprio corpo. Poucos humanos percebem que seu espírito vaga livremente no Astral enquanto eles dormem, sendo seus sonhos meros fragmentos de aventuras no Outro Mundo cinzento" p.345

Ela (Colette Freedman) é roteirista que já escreveu mais de vinte e cinco peças de teatro. Não é à toa que temos uma narração alucinante que nos prende a cada página lida, até que cheguemos ao seu final. É como uma corrida alucinante onde diversos fatos ocorrem ao mesmo tempo e todos têm sua importância para o enrendo como um todo.

Contudo, há cenas de nudez e sexo em seu plot, só que levado para o lado místico da coisa. Não é algo que venha a atrapalhar seu andamento havendo um propósito para tais cenas, com uma justificativa. Foi algo surpreendente. Até então, achava que se tratava de um livro infanto juvenil, mas devido ao uso do sexualismo, a coisa tornou outro sentindo se tornando um livro adulto.

Sarah Miller é a protagonista que leva a história adiante. Após um encontro com uma das guardiãs - a que carrega a Relíquia mais importante -, ela é daquelas pessoas que tem a vida controlada pela mãe e no instante seguinte se vê no meio de uma corrida contra o tempo por respostas ao mesmo tempo em que tenta sobreviver, carregando consigo um enorme e grande fardo, enquanto é perseguida pela polícia.

Contudo, a história mostra outros personagens envolvidos com as Relíquias e os planos por detrás da pessoas que as deseja. Há os capangas que trabalham para a pessoa, a dupla de policiais se veem no meio de casos estranhos, os guardiões e a amante, que se torna essencial para o andamento da obra. Não há enfoque especial em nenhum deles, mas ficamos sabendo ao menos como foram inseridos no contexto. Owen é o que tem uma participação um tanto relativa, visto que passa a ajudar Sarah após certos acontecimentos.

Você não é uma mulher inclinada à raiva e, no entanto, veja o que ela lhe fez. Se você continuar a segurar a espada, em mais alguns dias ela irá controlá-la... e o paradoxo disso é que você vai gosta." p. 267

As Relíquias aqui são parte fundamental da história. São por causa delas que os guardiões estão sendo assassinados e serão elas que causarão um grande estrago caso voltem a ser reunidas. Em nota ao leitor, "a maioria das Relíquias mencionadas nesse romance ainda existem, assim como o grupo de pessoas conhecidas como Guardiões das Relíquias" deixando aquela incógnita no ar se sua origem, bem como as superstições são reais ou fruto do imaginário da Grã Bretanha. Infelizmente, não achei nada que pudesse concretizar minha presunção, deixando somente o que nos é dito na obra sobre suas origens e importância.

Inicialmente As Treze Relíquias pode vir a assustar pelo seu tamanho (livros grossos sempre assustam), mas consegue ser uma leitura bastante agradável, do tipo impaciente, em que você fica ansiando pela nova página bem como por um novo capítulo a cada momento. Não me recordo de ter visto nenhum erro gramatical absurdo, mostrando que a editora Planeta teve consciência de fazer uma boa revisão. Só me senti um tanto incomodada pelo contínuo uso da palavra "antiquíssimo", que fez com que o termo perdesse um tanto seu sentido e afirmando algo que já sabíamos. Sem mais, a Planeta está de parabéns pela edição brasileira do livro.

Procurando informações afim de complementar mais o post eu descobri que Scott anunciou que ele e Freedman estão trabalhando numa continuação com planos para um terceiro livro da série. Boato ou não, seu final é daqueles que deixa uma brecha para uma sequencia, sem necessariamente tê-la e o livro é classificado no Skoob como Livro 1. O que podemos esperar de sua continuação?

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